A partir de Freud o conceito de sexo sofreu uma quase
radical transformação. O eminente Pai da Psicanálise procurou demonstrar que a sexualidade
é algo maior do que se lhe atribuía até então, quando reduzida somente à função
sexual. Ficou estabelecido que a mesma tem muito mais a ver com o indivíduo no
seu conjunto, do que específica e unicamente com o órgão genital, exercendo uma
forte influência na personalidade do ser.
Naturalmente, houve excesso na proposta em pauta, nos seus
primórdios, chegando-se mesmo ao radicalismo, que pretendia ser a vida uma
função totalmente sexual, portanto, perturbadora e conflitiva.
Sempre se teve como fundamental que a vida sexual tinha
origem na puberdade, no entanto, sempre também se constataram casos de manifestações
prematuras do sexo, em razão do amadurecimento precoce das glândulas genésicas.
A Freud coube a tarefa desafiadora de demonstrar a diferença
existente entre a glândula genital, responsável pela função procriadora, e a de
natureza sexual, que se encontra ínsita na criança desde o seu nascimento, experimentando
as naturais transformações que culminariam na sexualidade do ser adulto. Ainda,
para Freud, a função de natureza sexual é resultado da aglutinação de diversos
instintos — heranças naturais do trânsito do ser pelas fases primárias da vida,
nas quais houve predominância da natureza animal, portanto, instintiva que se
vão transformando, organizando e completando-se até alcançarem o momento da
reprodução, igualmente ligada àquele período inicial da evolução dos seres na
Terra.