Capítulo sétimo: O adolescente, o amor e a paixão


Período de exuberância hormonal, a adolescência se caracteriza pelos impulsos e desmandos da emotividade. Confundem-se as emoções, e todo o ser é um conjunto de sensações desordenadas, num turbilhão de impressões que aturdem o jovem. Irrompem, naturalmente, os desejos da sensualidade, e se confundem os sentimentos, por falta da capacidade de discernir gozo e plenitude, êxtase sexual e harmonia interior.

É nessa fase que se apresentam as paixões avassaladoras e irresponsáveis que desajustam e alucinam, gerando problemas psicológicos e sociais muito graves, quando não são controladas e orientadas no sentido da superação dos desejos carnais.

Subitamente o jovem descobre interesses novos em relação a outro, àquele com quem
convive e nunca antes experimentara nada de original, que se diferenciasse da fraternidade, da amizade sem compromisso. A libido se lhe impõe e propele-o a relacionamentos apressados quão ardorosos, que logo se esfumam. Quando não atendida, por circunstâncias violentas, dá surgimento a estados depressivos, que podem perturbar profundamente o adolescente, que passa a cultivar o pessimismo e a angústia, derrapando em desajustes psicológicos de curso demorado.

O ideal, nesse momento, é a canalização dessa força criadora para as experiências da arte,
do trabalho, do estudo, da pesquisa, que a transformam em energia superior, potencializada pela beleza e pelo equilíbrio. Nesse sentido, deve-se recorrer aos desportos, à ginástica, às caminhadas e atividades ecológicas que, além de úteis à comunidade, também gastam o excesso hormonal, tanto físico quanto psíquico.