vida,
vêm surgindo audaciosos conceitos comportamentais que pretendem dar novo
sentido à existência humana, consequentemente derrapando em abusos intoleráveis
que conspiram contra o desenvolvimento moral e ético da sociedade.
Nesse sentido,
as grandes vítimas da ocorrência são os jovens que, imaturos, se deixam atrair
pelos disparates das sensações primárias, comprometendo a existência
planetária, às vezes, de forma irreversível.
Dominados
pelos impulsos naturais do desenvolvimento físico antes do mesmo fenômeno na
área emocional encontram, nas dissipações que se permitem, expressões vigorosas
de prazer
que os
anestesiam ou os excitam até à exaustão, levando-os ao desequilíbrio e ao
desespero.
Quando
cansados ou inquietos tentam fugir da situação, quase sempre enveredando pelo
abuso do sexo e das drogas, que se associam em descalabro cruel, gerando
sofrimentos inqualificáveis.
O único
antídoto, porém, ao mal que se agrava e se irradia em contágio pernicioso, é a educação.
Consideramos, porém, a educação no seu sentido global, aquela que vai além dos compêndios
escolares, que reúne os valores éticos da família, da sociedade e da religião.
Não, porém de uma religião convencional, e sim, que possua fundamentos
científicos e filosóficos existenciais estribados na moral vivida e ensinada
por Jesus.
Nesse
sentido, a preocupação do pensamento espiritual é antiga, porquanto o Eclesiastes preconiza, no seu capítulo
onze, versículo nono: “Alegra-te,
mancebo, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade,
e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém,
que por todas estas coisas te trará Deus a Juízo.” (Eclesiastes 11:9)
A
advertência saudável ao jovem é um convite ao comportamento moral equilibrado,
de forma que a sua mocidade esteja em alegria e pureza, a fim de evitar
comprometimentos infelizes. Mais adiante, no capítulo onze, versículo dez,
volta o mesmo livro a advertir: “Afasta,
pois, a ira do teu coração e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e
a juventude são vaidade.” (Eclesiastes 11:10)
Certamente
vãos são os momento de ilusão e engano, muito comuns no período juvenil, quando
os sonhos e as aspirações se confundem com falsas necessidades de realização
humana, que exige sacrifício, dedicação, estudo e comportamento dignificante.
Seguindo
o mesmo comportamento, o Apostolo Paulo, escrevendo a Timóteo propôs:
“Ninguém despreze a tua mocidade, mas
torna-te o exemplo dos fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza.”
(I
Timóteo 4:12)
De
grande atualidade, a determinação paulina tem caráter de terapia preventiva
contra os males que hoje predominam no organismo social, se considerarmos que é
comum notar-se a presença do progresso em muitas cidades, pelo número e o luxo dos
bordéis que se encontram no limite da sua periferia urbana.
Torna-se
urgente o compromisso de um reestudo por parte dos pais e educadores em relação
à conduta moral que deve ser ministrada às gerações novas, a fim de evitar a
grande derrocada da cultura e da civilização, que se encontram no bordo mais
sombrio da sua história.
Esse
investimento, que não pode tardar, é de vital importância para a construção da
nova humanidade, partindo da criança e do adolescente, antes que os
comprometimentos de natureza moral negativa lhes estiolem os ideais de beleza e
de significado que devem possuir em relação à vida.
Os
estados de infância e de juventude são relevantes para o espírito e crescimento,
razão pela qual dentre os animais, o ser humano é o que o tem mais demorado
quando se lhes fixam os caracteres, os hábitos e se delineiam as possibilidades
de enriquecimento para o futuro.
O ser
humano é essencialmente resultado da educação, carregando os fatores genéticos
que o compõem como consequência das experiências anteriores, em reencarnações
transatas. Modelá-lo sempre, tendo em vista um padrão de equilíbrio e de valor
elevado, faculta-lhe o desenvolvimento dos valores que lhe dormem latentes e se
ampliam possibilitando a conquista da meta a que se destina, que é a perfeição.
A
criança e o adolescente, no entanto, que se apresentam ingênuos, puros, na
acepção de desconhecimento dos erros, nem sempre o são em profundidade,
porquanto o Espírito que neles habita é viajor de longas jornadas, em
sucessivas experiências, nas quais nem sempre se desincumbiu com o valor que
seria esperado, antes contraindo débitos que devem ser ressarcidos na atual
existência. Em razão disso, torna-se necessária e indispensável a educação no
seu sentido mais amplo e profundo, de maneira que lhes sejam lícitos a libertação
dos vícios anteriores e a aquisição de novos valores que os contrabalancem,
superando-os.
Cuidar
de infundir-lhes costumes sãos desde os primeiros dias da existência física, porquanto
a tarefa da educação começa no instante da vida extrauterina, e não mais tarde,
quando o ser está habilitado para a instrução.
Para
esse formoso mister são indispensáveis o amor, o conhecimento e a disciplina,
de maneira que se lhes insculpam no imo as lições que os acompanharão para
sempre.
Assim
pensando, estudamos, no pequeno livro que ora apresentamos ao caro leitor,
vários temas relacionados com a adolescência, a fim de contribuir de alguma
forma com a palpitante questão que está desafiando psicólogos, sociólogos,
teólogos e principalmente os pais na maneira de conduzir os jovens.
Temos
consciência que a nossa é uma colaboração modesta, no entanto desejamos colocar
um grão de areia, humilde como é, na grande edificação da sociedade do futuro,
quando haverá mais justiça social e menos soma de atribuições para a criatura
humana que, neste momento, caminha pelos pés da infância e da juventude.
Aracaju, 27 de março de 1997.
Joanna de Ângelis.